28/09/2008



ZECA DE MAGALHÃES

Esse mestre, esse irmão, esse amigo, circulou pelas mesmas ruas que eu... nasceu no mesmo ano, pisou comigo as pedras da Cinelândia, dormimos na mesma cama, na mesma casa do estudante universitário, fumamos o mesmo baseado. Corremos junto atrás das linhas da primavera e dos roncos do inferno. Roubamos livros, escrevemos livros, rompeu comigo e com outros irmãos a barreira das ignobis leis e da linguagem. Zeca de Magalhães sempre esteve agraciado em meu coração, dormindo ou acordado está em outra e nessa dimensão. Irmão, vos saúdo, por teu talento, por tua coragem. Ele não foi mais um que passou, deixou marcas profundas no eixo desse planeta balançante. Zeca foi para a Bahia porque tinha a carne de carnaval. Grande homem, amigo fiel, do pensamento, do vinho e da cerveja... da última vez que nos vimos, fomos no restaurante “Arcadas” aqui na Lapa Rio de Janeiro com uns amigos ( Cláudio Miranda- Pintor e Brasil Barreto- poeta)para bebermos umas Antárticas originais e falar sobre poesia, sobre a sua vida em Salvador e a nossa aqui na cariocagem. Tenho guardado em minha estante dois de seus livros “ filho do vento” e outro q não lembro agora o nome. Lembro de nos anos oitenta Zeca de Magalhães na Cinelândia em frente ao Amarelinho recitando um poema de Gregório de Matos Guerra. Em vezes, outras o encontrava vendendo livros pelas ruas do centro... Zeca foi ( é ) um ser humano impar, de grande personalidade e atitude. Sua obra deve ser amplamente divulgada, chegar as pessoas, as escolas, as novas gerações.
Zeca de Magalhães jamais deve ser esquecido.

“Em cada serra / encerra o vale / seus homens, suas águas / entre árvores / crescem, correm, somem / vem e vão/ como o vento / sol e chuva / é sempre o mesmo tempo / em tantos diferentes lugares...”

Zeca de Magalhães


Texto de EDU PLANCHÊZ

Nenhum comentário: