

Me sinto sim, nesse começo de noite angustiado, acho porque pensei na minha vida, acho porque pensei na minha morte.
Busco agora os subterrâneos, as áreas tranquilas,os recantos possíveis e impossíveis de minha própria criatura.
Mas se eu tivesse hoje olhado para o mar, tocado mesmos que de leve nos cubos do sal, nas minúsculas partículas de cloreto de sódio dissolvidas na vida da água, na vida dos peixes...
Agora vejo o céu e as miriádes de estrelas, absorvo uma por uma, vou de pólo à pólo roçando nas pontas dessas estrelas e roço meu rosto, e roço teu rosto e o rosto da eternidade. Agora toco na eternidade sem querer compreende-lá.
A agora se foi a angustia, o medo e o desânimo.
Agora posso dizer que voltei a ser gente, criatura, pedaço de sol, sol inteiro...
EDU PLANCHÊZ
Nenhum comentário:
Postar um comentário