20/09/2008



EDGAR CAICE
(palavras clarividêntes)

Edgar Caice
na noite iluminada por neurônios
erguia colunas de palavras clarividêntes
para que os olhos dos vindouros estouracem de tanto ver

E o que ver mergulhando de cabeça
nas clavas das faces do homem eclípsi?

Qualquer um pode mergulhar
no reservatótrio memória
de todos os acontecimentos

O que foi escrito
pode ser modificado
segundo palavras do Mestre cristal multifacetado

Minha vidência é mínima
diante dos clarões que marcaram o Mestre

Nada vejo quando toco as sombras das espadas
Tudo vejo ao beijar os ângulos da boca que tudo diz

Prendo as pontas do cabelo nos espinhos desse tempo
para que a resa das rosas da Ilha de Páscoa
reanimem os Gigantes

Gigantes reanimados,
aparições jazem aqui e ali,
cruzo a fronteira, o raio linear da lua de barro

Agora reduzido a pó de ouro, segrédo aos vultos: "nada sei"
Grito aos grossos ventos: "nada!"

Dentro das mandíbulas da morte
Dentro da cavidade crepuscular de todos os sonhos,
assopro!

EDU PLANCHÊZ

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