06/11/2008

Senhoras de Abacate...

Joca Faria


Uivo uivo uivo ao ler com muitos anos de atraso já quase na
meia idade Allen Ginsberg. Mantenho-me jovem lendo Allen Ginsberg eu homem quase
feito sem emprego sem desejos um estudante de Gnose lendo Allen?
Eu que já fui leitor de vários poetas, que vivo lendo
jornais e poucos livros voltando á leitura de livros via Além... Senhoras
nossas vidas são o inferno e os céus em vários momentos...
Senhoras de Abacates chove em minha aldeia. Sou taxado de
vagabundo por ler enquanto querem que atenda as portas e os telefones? Prefiro
os poetas senhoras me desculpem, mas sou metafísico... Embora a fome aperte eo
cheiro de frango frito me chega ás narinas...
Eu homem sem emprego na minha meia idade... Terei que me
reciclar... Perante a sociedade de mercado?
Senhoras não tenho
dinheiro para nada e gravo cds de poesia, faremos filme matando o glamour do
cinema?
Caro João Nicolau quase morto de fome?
O glamour do cinema acabou agora todos faremos filmes como
fazemos poemas.
Chove em minha aldeia, sem parar e meus passarinhos comem
enquanto minha garganta dá sinais de saúde...
Tenho fome devo interromper esta ode a liberdade para me
alimentar... Eu saciado de metafísica...
Meninas se beijam em festas de adolescentes enquanto os pais
pensam serem ainda crianças...
Que geração estranha e que caminha com suas próprias
cabeças....
Estou tentando decifra-lás. Não consigo. Eis que serei
devorado por elas?
São mulheres antropofágicas nos devoram, nos torturam e não
nos amam... E sim somente elas mesmas... Estou de fora desta festa. Porque
ainda não fui convidado?
Amo as em suas liberdades cada um que se descubra a seu
modo... Além estudava metafísica.
Também estudo. Não uso mais palavrões em meus escritos deixo
isto para os que querem morrer. Eu quero morrer e renascer dentro de meu ser...
Eu não sou nada... Somente o intimo é... E nada mais... Sou
uma ilusão projetada por mim mesmo... Allan não morreu se faz presente em sua
poética...
Na de Edu Planchez. E Wagner Balieiro... um poeta que sumiu
numa admirável vida comum...
Tudo é mentira... A verdade é ilusória para quem ainda não
se decifrou.
A esfingie te devora...A morte física irá consumilo ...somos nada se não compreendermos nosso
intimo...
Minha fome deseja metafísica. Meu corpo comida preciso dos
dois para viver...Sem emprego, sem dinheiro morremos de fome e tédio...
Não o que pensas, tu não existe ...e insiste e vive além de
minhas palavras...Vou seguir meu solitário caminho junto a vocês...Meninas e
meninos desta nova geração a minha já fracassou entrego-lhes a chave...
Caminhemos juntos por novas evoluções tenho muito a
apreender com vocês. Deuses que retornam a matéria...


João Carlos Faria

Mundo Gaia

Literatura, filosofia e arte

www.mundogaia.com.br

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