03/11/2008




SAUDADE NÃO TEM IDADE

(Joaquim fala sobre biografia de Leila Diniz)

Trabalhar numa redação como a do GLOBO é bem interessante. Você pode, entre um café e outro, esbarrar em escritores como Joaquim Ferreira dos Santos que é a meu ver um dos maiores cronistas do Rio, autor de livros como "1958 - o ano que não devia terminar" e um grande especialista em Antônio Maria, o jornalista que virou símbolo da crônica da noite carioca nos anos 50. Responsável pela coluna "Gente Boa", publicada diariamente no Segundo Caderno do jornal, Joaquim trabalha numa sala toda envidraçada, onde pode-se vê-lo diariamente debruçado sobre o teclado do computador ou agarrado no telefone em busca de notícias. É um tipo taciturno, mas gente boa e, sem dúvida, um dos melhores textos do jornalismo brasileiro.

Sem pedir licença, entrei na sala do Joaquim, câmera ligada, e tirei dele um belo depoimento sobre o livro que ele acabou de lançar, "Leila Diniz, uma revolução na praia", da série Perfis Brasileiros (Companhia das Letras), coordenada por Elio Gaspari (outro craque do jornalismo) e pela historiadora Lilia Schwarcz.

E o que isso tudo tem a ver com crime - o tema deste blog? - perguntaria o nobre leitor.

Leila Diniz é um personagem fabuloso de uma época em que o Rio era tudo de bom, sem o terror da violência de hoje. A Zona Sul da cidade tinha um estilo de vida de fazer inveja aos parisienses, em que galos-de-briga se resumiam a uma meia dúzia de cafajestes e suas gangues da praia.

Voltar àquela época é uma ponte para a fé que eu tenho de que, se a gente fizer uma forcinha, é possível, sim, que essa cidade seja maravilhosa outra vez.





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