03/12/2007
"SER POETA,OU NADA"
Sim,as garras desse Tigre deveriam adentrar-se
nos veios das mãos dos brasileiros
Digo, esses homens e mulheres de olhos enormes
são maiores que os reinos do Reino Unido,
maiores que os reinos da França
Todos devem voltar
ao Grande Palácio,a Grande Caverna,
ao rosado raio dos Ancestrais,
aos pendões brilhantes do capim mimoso
"SER POETA,OU NADA"
Ser vidente
e nem por um bilhonézimo de segundos não o ser
Por mim navego
Por ti, mais e mais...
O cio é o meu orixá
O cio de dizer o que penso
aos três bilhões de ventos
Surfista que é surfista
surfa na crista do suname
profundamente integrado as cores do maremoto
Nem linha torta
Nem linha reta
Apenas um rabisco imensurável
no centro trêmulo da lâmpada comum
Por todas as portas e janelas
busco as agulhas e as linhas dos livros
Costuro na íris da pessoas
desse país sonoro a literatura do fogo,
a literatura da substância
Tudo que escrevo é ouro, pedaço,
cicatrís,navalha, ruído de violancelo,
batuta de Ravel
Que me venha, que nos venha
a maré ardente das enguias
para que eu me perca
em tua vertiginosa Rosa dos Ventos
Enorme é a trança formada por meu cabelo
e teus pêlos,
por ela chegaremos as raizes do reino da Dinamarca,
até gélidos lagedos dos lábios de Ofélia
Volto, eu e meu povo
aos primordios do breu,
aos incandecentes gazes
das manhãs de Moçambique
Ninguém descobre minha poesia,
ela descobre as pessoas,
me descobre, nos cobre com a corrente
de peixes e pássaros paridos pelos Centauros
do Himaláia
Nessa imponente noite queria ir para a floresta,
seguir as cigarras, mugir com os vagalumes,
com os grilos torear,
mas como não posso desenho essa floresta
nos alaranjados papéis de minha grande alma,
mais negra que o gelo, mais clara que o carvão,
mais doce que o veneno da Odalísca Nadja
EDU PLANCHÊZ
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